A idéia que gerou o livro "música para..." agora continua em versão blog. Matérias, entrevistas, fotos, opiniões. O blog que contempla a música.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Inédito



Um satélite na cabeça


Texto e fotos por Josie Moraes

No ano passado passei uns dias em Recife e Olinda colhendo material sobre o Carnaval de lá. Ia sair uma matéria de capa na RAIZ, mas no País da Ivete Sangalo, revista de cultura popular de raiz não fica em pé. Conversei com muita gente e respirei a preparação do Carnaval em Recife e Olinda semanas antes do evento.

Figuras muito especiais me receberam por lá. Aprendi que carnaval não é sexo, nem cerveja, nem bunda, nem peito, nem Globeleza. Carnaval é a nossa cultura ou um ritual anual de celebração das manifestações culturais de um País.
Como a matéria é grande demais eu deixo aqui trechos dela:

“Desde os festejos africanos, coroações de Congos e de toda origem do Carnaval, as ruas de Olinda mudam de aspecto. Talvez fascinem tanto olhares estrangeiros por apresentarem diversos carnavais em um só. É quase impossível tirar um cochilo num domingo à tarde, pois são tantas as orquestras, batucadas, zabumbas, ganzás, trompetes, pandeiros, misturadas que a cidade vira um imenso pólo de ritmos. Quem pensa que só vai encontrar o frevo, se engana. Forró, maracatu de baque solto e baque virado, coco, ciranda, afoxé, maxixe, cabloco, pastoril. Tudo ao alcance de uma esquina, numa dobrada de ladeira, num espaço cultural, na casa de mestres, na rua. Acessível e barato (...)"


“Festa maior que não se restringe apenas as duas cidades (Recife e Olinda), em todos os bairros em cada comunidade, turistas e o povo local se misturam e celebram uma fase quase mística em que, segundo Ranício Galvão da Ceroula de Olinda, até as folhas de palmeiras imperiais balançam de maneira diferente, mesmo sem vento (...)"

"Recentemente, o clube Homem da Meia Noite recebeu o prêmio de Patrimônio Vivo de Pernambuco e por isso recebe 1.500 reais mensais, uma verba importante que ajuda a manter o trabalho que ultrapassa o limite de um Carnaval de apenas cinco dias. “Quando chega uma pessoa aqui falando de dinheiro, parece formigueiro. Só que eu acho que as pessoas deveriam estar envolvidas com a questão sócio-cultural, deveriam ter bons valores”, diz Luiz Adolpho Alves e Silva, presidente do Homem da Meia Noite (...)"

"Na Capital, a descentralização – Um cartão postal de uma cidade que mistura a arquitetura e encanto de outras cidades numa só. Correria de São Paulo, calor de Salvador, arquitetura de Veneza, beleza de um Rio de Janeiro. Com o lema de Carnaval multicultural, espalha arte por diversos cantos. O folião também não paga nada para se divertir e ainda escolhe no cardápio o que o apetite do dia pede. A efervescência está mais borbulhante do que nunca, com infra-estrutura de cidade grande recebe muita gente que brinca nas duas cidades, de manhã em Olinda e a noite em Recife. Em 2008, foram 540 mil turistas recebidos pela cidade, movimentando mais de 200 milhões de reais.

Mas descentralizando é que se pode centralizar. Para administrar tanta diversidade de atrações a Prefeitura resolveu criar um esquema de pólos centrais e pólos descentralizados. “
Temos uma estética de Carnaval desde 2001, nosso objetivo era organizar e melhorar o que estava caído, o folião ressurgiu. Quando o prefeito João Paulo chegou a gente tinha três milhões de reais de verba para o Carnaval. Em 2008 a verba foi de 30,7 milhões de reais. Cultura é prioridade na gestão pública”, afirma Fernando Duarte Fonseca, presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife. (...)".

BOM CARNAVAL, BRASILEIROS!


Leia minha matéria sobre Homem da Meia Noite - Revista RAIZ

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