A idéia que gerou o livro "música para..." agora continua em versão blog. Matérias, entrevistas, fotos, opiniões. O blog que contempla a música.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Especial Recife-Olinda_ Música


O coco do Zé


texto e foto: Josie Moraes


E aquela torre Malakoff da Alzira bebendo vodka vira cenário de show. Janeiro, um vento forte, poucas pessoas, clima de final de semana, evento gratuito. Ele chega. Uma presença forte, marcante, com elegância nos trajes, porte de artista. Alguém que chega e faz o que sabe: coco. Experiência única para turistas e locais.

José Severino Vicente, conhecido como Zé Neguinho do coco, cresceu no Morro da Conceição (PE). O rosto não esconde uma forte trajetória de vida, com traços de quem tem bagagem independente da idade alcançada. Ao lado de jovens músicos canta suas composições no estilo dos versos seguidos pelo coro de meninas talentosas. É possível encontrar um pouco do trabalho dele nas obras de Silvério Pessoa. Disco gravado? Não, infelizmente. Mais um triste episódio de falta de registro da cultura do País.


Um repertório empolgante, alinhado, cheio de linearidade. Sem contar letras que são imensos estudos do vocabulário nordestino. A mais famosa: "machadeiro, amola o machado, pra cortar o pau de quiri". Força, atitude e raízes. Para quem quer entender um pouco do Brasil desconhecido tão longe e tão perto.


segunda-feira, 7 de abril de 2008

Especial Recife-Olinda_ A proposta


Pernambuco debaixo dos pés...
e a mente...

Tupi, galdino, juruna, raoni, paulista. Jovem é jovem em qualquer canto do mundo. Trata-se de questão de espírito. Mas aqui, no caos total do cu do mundo cão (parafraseando o Lenine novamente) os jovens são ou perdidos com esse tanto de tudo acontecendo ao redor ou achados quando seguem um rumo e por isso pensam (no achismo) que são adultos.

Lá. Manifestação cultural, alegria alegria, expressão, mudança, transformação do meio. Quase raro. Aqui. A classe média está num bar fedendo cigarro, gritando alto, dividindo carne enlatada, posando de viciado feito aquele malandro protagonista do filme. Claro, tem em todo lugar, tem sim.

Tão bom escutar o som do mar, tão bom ouvir criança pegando um instrumento por intuição, tão bom os pés calejados de sol nem doerem. O acesso ao shopping e a antítese da esquina de um boteco cheirando coisas locais. Ver mais chinelos do que gravatas. Muito mais dança do que correria. Muito mais cor do que um cinza degradê. Opção. E o jovem. Ah, tão leves, fortes. Podem ter tudo e, já têm tudo aquilo a mais, que o jovem daqui não terá nem se quiser ter. Os sabiás daqui não cantam como os de lá.

Especial Recife Olinda por Josie Moraes

Novas bandas, novas pessoas, entrevistas, fotos, lugares, olhares, palavras. Abra seu ouvido!