A idéia que gerou o livro "música para..." agora continua em versão blog. Matérias, entrevistas, fotos, opiniões. O blog que contempla a música.

domingo, 4 de novembro de 2007

Cobertura_Incubus


Esperando mesmo

* texto e fotos por Josie Moraes

A ansiedade geral já era visível na porta do Citibank Hall, em 14 de outubro. A fila dobrava o quarteirão horas antes do show da banda Incubus. Aquela situação básica: estacionamentos enfiando a faca, cambistas em busca de ingressos sobrando. Há tempos uma banda de rock não lotava tanto a casa de shows mais intimista e mais gostosa de São Paulo. E os fãs? Tinha de tudo. O mais importante sobre essa questão fora do palco é a cara da galera, os bracinhos estendidos esperando o tão aguardado momento, os gritos para chamar a banda, a vibração ao apagar as luzes e os aplausos enlouquecidos ao ver o rostinho de cada músico chegando ao palco. Muito além do ineditismo, uma espera ansiosa por algo que não acontecerá em qualquer esquina, todos os finais de semana. Algo que nem os caras da banda deviam imaginar quando começaram.

Tocar rock no Brasil, na terra do samba. Comentários extras do universo ao redor a parte, o palco tão simples e negro deu espaço para mostrar o trabalho dos músicos: a música. Sem parafernálias e blá blá blá, a banda já chegou dando boas-vindas com uma do Morning View (2001), a "Nice to Know You". Depois seguiu com a mais popular do mesmo álbum “Wish you were here”. Agradaram os fãs da primeira vez com uma mistura de hits e nem tão hits dos quatro CDs mais legais dos seis já lançados. Set list impecável.

Histeria total pelo sensual Brandon Loyd, que canta ao vivo sem qualquer sombra de cansaço, dança e conversa bem pouco. Mas ele não rouba a cena totalmente não, sabe dividir um palco. Marcante a alegria do baixista Ben Kenney. Impressionante a atuação do mestre dos climinhas DJ Chris Kilmore. Perfeita as viradas do baterista Jose Pasillas e seus contratempos malucos. Pesados e inconfundíveis os riffs e solos de Mike Einziger. De lambuja um improviso, até batuque eles tentaram fazer com um tambor. Nada excepcional, mas muito válido. Atitude. Mostram respeito pela musicalidade sem clichês a la Bono Vox. Disseram “Olá São Paulo”, “Obrigado”, “Vamos lá”. E só. Quando a pegada forte e o tesão estão estampados na testa, não é preciso falar nada. Não é feita por brasileiros, mas é para brasileiros também. Fizeram um show com todos os requisitos para se tornarem inesquecíveis. Tem muito músico brasileiro aí que deveria ver e aprender. Simplicidade, talento, dinâmica afinada (nada muito alto nem baixo), sinergia e presença de palco, criatividade, respeito. Por essas e outras o povo brasileiro espera, paga o preço que for, compra CD, alimenta a banda. Falar menos e fazer mais!


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Um comentário:

Anônimo disse...

Baw ah, kasagad sa imo maghimo blog. Nalingaw gd ko basa.