A idéia que gerou o livro "música para..." agora continua em versão blog. Matérias, entrevistas, fotos, opiniões. O blog que contempla a música.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Todo mundo falando a mesma língua
Uma das iniciativas mais interessantes e cativantes que vi nos últimos tempos é o “Playing for change - Peace through music”. A ONG internacional promove o encontro de artistas – anônimos, em sua maioria – de vários cantos do mundo através da música (os artistas não se encontram, as gravações são feitas e depois editadas). A proposta é mostrar que a canção ultrapassa barreiras e aproxima as pessoas, independente da língua que falam. E o resutado é sensacional!
É emocionante ouvir, por exemplo, versões de “One love”, de Bob Marley, e “Stand by me”, de John Lennon, cantadas pelo mundo todo, trazendo traços da cultura local em cada take da filmagem, nos instrumentos escolhidos e na própria forma de cantar de cada lugar. O cavaquinho de Cesar Pope marca a participação brasileira.
A ONG está levantando fundos através da venda de CDs, DVDs, camisetas, entre outros, além de doações, para criação de escolas de música em países em desenvolvimento, como uma forma de apoiar a juventude, incentivando o talento e a capacidade criativa, como um fortalecedor da auto-estima dos jovens beneficiados.
Vai lá! A iniciativa é demais e a música em si já vale a visita!
http://www.playingforchange.com
Stand By Me | Playing For Change | Song Around the World
Atentem para o nosso representante brazuca, Cesar Pope, tocando cavaquinho!
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Rapidinha
Reflexões musicais {no trânsito}
Texto e fotos por Josie Moraes
Quando a gente compra um som para o carro, acha que vai ouvir todas as músicas do mundo no trânsito. Uma empolgação que dura semanas ou meses. Pura ilusão. Verdade seja dita, é possível ficar semanas ouvindo o mesmo CD ou se pegar ouvindo CBN por preguiça de escolher uma música ou estilo. Porque se música é o barulho da alma, a escolha varia de acordo o estado de espírito da alma naquele dia. Aí tem que pensar muito. Cansa!
Com o MP3 e o Ipod conectados no som do carro fica mais fácil escolher. É fato. Mas quando não resta saco, o jeito é tentar ouvir rádio. Ao apertar os botões. Meu Deus! Legião Urbana, Cazuza, Nirvana. Nada contra eles. Aliás, tudo a favor.
Mas é impressionante como certas músicas parecem que NUNCA vão deixar de tocar. Será que estes seres pagam jabá lá do além? Não é possível! Eles fizeram um acordo de música imortal com os donos das rádios. Só pode.
Com tanta banda nova (talentosa ou não) por que ainda toca "Teatro dos Vampiros" nas rádios ? Não vejo sentido em ouvir a mesma coisa, toda semana. "Todo dia ela faz tudo sempre igual".
Tá, tá. Tudo tem sua razão neste mundo. Eu sei, eu sei. Que explique o Tutinha da JP.
Mas minha velha pergunta retorna aos meus pensamentos no meio do trânsito: Paulo Coelho vende mais porque é escritor ou é escritor porque vende mais?
Texto e fotos por Josie Moraes
Quando a gente compra um som para o carro, acha que vai ouvir todas as músicas do mundo no trânsito. Uma empolgação que dura semanas ou meses. Pura ilusão. Verdade seja dita, é possível ficar semanas ouvindo o mesmo CD ou se pegar ouvindo CBN por preguiça de escolher uma música ou estilo. Porque se música é o barulho da alma, a escolha varia de acordo o estado de espírito da alma naquele dia. Aí tem que pensar muito. Cansa!
Com o MP3 e o Ipod conectados no som do carro fica mais fácil escolher. É fato. Mas quando não resta saco, o jeito é tentar ouvir rádio. Ao apertar os botões. Meu Deus! Legião Urbana, Cazuza, Nirvana. Nada contra eles. Aliás, tudo a favor.
Mas é impressionante como certas músicas parecem que NUNCA vão deixar de tocar. Será que estes seres pagam jabá lá do além? Não é possível! Eles fizeram um acordo de música imortal com os donos das rádios. Só pode.
Com tanta banda nova (talentosa ou não) por que ainda toca "Teatro dos Vampiros" nas rádios ? Não vejo sentido em ouvir a mesma coisa, toda semana. "Todo dia ela faz tudo sempre igual".
Tá, tá. Tudo tem sua razão neste mundo. Eu sei, eu sei. Que explique o Tutinha da JP.
Mas minha velha pergunta retorna aos meus pensamentos no meio do trânsito: Paulo Coelho vende mais porque é escritor ou é escritor porque vende mais?
terça-feira, 5 de maio de 2009
Convidada especial
.o homem coletivo sente necessidade de cantar.
Texto e fotos por Jú Mancin*
E foi isso o que eu vi em vinte e quatro horas de música espalhada pela babilônia paulistana. A cidade que emanava música na quinta edição da Virada Cultural.
Comigo começou assim, no palco do Arouche, com um Benito de Paula que me pareceu meio ébrio e cantou lindamente o refrão que dizia "eu vou ficar aqui, até madrugada chegar e trazer você pra mim". E eu lá, cercada por velhinhas punks do Arouche, que se espalharam na rua, diante do palco, com cadeiras de praia e roupas quentes.
No palco da música brega. "Gosto de você e que se dane o mundo". Vi o carioca dedilhando no piano aquele samba com uma pitada de jazz. Coisa de classe. E a despeito do chororô característico do cara, o meu evento começava com música feliz. Para reforçar a minha idéia de ebriedade do cantor, antes do final triunfal, com "amigo Charlie Brown", ele fez uma justa e saudosa homenagem a quem merece. Mandou "me dê motivo", cantei feliz, do começo ao fim. Hora de migrar de palco. Mudar de ares. Caminho feliz, pela cidade iluminada, colorida. Atravesso a Ipiranga e a Casper líbero. TOCA RAUL! O palco mais legal do evento. Toda a leva de malucos.beleza cantando juntos. Deslumbrada ouvi a Sociedade da Grã-ordem Kavernista apresentando a Sessão das dez com um Ed Star estrelado nos vocais.
Volto à Ipiranga, já me preparando para o melhor da noite. Cruzo a República, prefiro não entrar. Muita gente. Palco São João, o maior do evento. Encontro um Camelo em seu último trabalho, bonito! Ouço de longe. E ouço feliz, um pequeno passeio pelo repertório da minha amada Los Hermanos. Sorrindo me lembro que a estrada vai, sim, além do que se vê.
Antes do clímax da noite, mais um passeio pelas ruas de São Paulo. Uma aventura na Praça da República, entre punks e velhos roqueiros de jaquetas de couro. Era hora das Velhas Virgens. Não resisto à tentação da cubanajarra. Me embrenho ali, no meio da multidão. Com medo, pela primeira vez na noite. Me sinto sufocada ao ar livre. Um clima tenso envolve a atmosfera do palco do rock. Não! Não é minha vibe. fujo de lá…
Volto à São João. Era hora do Instituto Racional com Bnegão, Thalma de Freitas e [deus?!] Carlos Dafé fazendo uma releitura do Racional Superior. Sofremos interferência do cosmos. Subimos ao alto e constatamos, ali, bem ali no centro de São Paulo, que o único caminho a ser seguido, é o caminho do bem. SEBASTIÃO RODRIGUES MAIA é REI! We´re gonna rule the world… Depois desse, parei. Meu coração ficou vagando entre tantas possibilidades… Me rendi à energia racional. Vi um amanhecer dourado e adocicado, bem ali, na Ipiranga com a São João.
Às nove da manhã fui presenteada com a energia que vem da terra. Vi Lirinha recitando seu cordel e enfrentei a matadeira. Matei a saudade vestida de vermelho. Um show perfeito para começar bem o dia. Visceral!
Meio-dia. Me posiciono estrategicamente no restaurante da Vovó Helena, bem no meio da Av. São João, bem de frente pro telão. Era o Baleiro dos meus sonhos. Outro show delicioso, com aqueles repertórios pra cantar todomundojunto. Nessa hora me dei conta de que estava feliz. Feliz a ponto de mandar flores ao delegado, de bater na porta do vizinho e desejar bom dia e de beijar o portugês da padaria. Numa homenagem engraçada, Zeca Baleiro fez a São João inteira [imeeeensa] entoar o hino brega da paixão. Erámos todos luz, raio, estrela e luar…e ele, nosso iá-iá, nosso iô-iô.
Três da tarde. Expectativa… Os Novos Baianos entram no palco, com Baby de cabelo pink e Pepeu, destruindo nas distorções de guitarra. Paulinho Boca de Cantor, Luis Galvão, Jorginho e Didi Gomes completam a cena. Falta o Moraes? É, falta! Mas, com todo respeito, naquela hora não nos fez tanta falta. Nosso presente da tarde de domingo.
Todos afinadíssimos, com um repertório pra lá de inspirado, soltaram logo no começo do show, a espetacular "Dê um rolê". [eu sou amor da cabeça aos pés!]. O mistério do planeta. Tinindo trincando e A menina dança, sim, a menina sempre há de dançar… Dessa vez a homenagem foi à cidade. "Sampa" foi executada por artista e plateia. E eu arrebatada. As lágrimas rolaram soltas do príncipio ao fim. Os Novos Baianos te puderam curtir numa boa, e nós, os pobres mortais, agradecemos. O gran finale, contou com uma ajudazinha dos céus… O tempo que seguia encoberto e meio frio, fez brilhar o sol, no justo momento do refrão "abre a porta e a janela e vem ver o sol nascer". Aplausos pros novos, Aplausos pros céus…
Encerrei minha jornada no TOCA RAUL!, Marcelo Nova e Os Panteras debochando do mundo e alertando… O problema é muita estrela pra pouca constelação!
Quatro milhões de seres andantes passearam pelas ruas de Babylon em 24 horas. Quatro milhões de seres cantantes. Entre fogo, malabares, violões… Quem não tinha colírio usava os óculos escuros. Essa foi a virada que virou meu coração e fez mágica com a nossa velha e sofrida São Paulo do trânsito e do barulho.
Não. Não era o último dia de nossas vidas. Era mais um dia em nossas vidas. Um grande dia, com uma grande noite no meio. Violência e vandalismo, abuso de poder e todos os males desse monstro onde vivemos, isso é parte da rotina. Não me admira que tenha acontecido numa noite de multidão nas ruas. Mas a bola da vez pedia PAZ. A gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e arte!
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* Jú Mancin é uma menina cuja filosofia de vida (vivida na prática) é "All you need is love". Não é jornalista (sorte dela), nem formada, nem pós-graduada, mas é dotada de um senso crítico muito enriquecedor. Foi convidada para escrever no "música para blog..." justamente por isso. Dona de um incrível pique para se abastecer de arte, ficou virada na virada por amor à música. Viciada em comprar livros, também tem blog. O Café e Cigarros na Terra do Nunca (que passa a estar linkado aqui).
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Novidade_Classificados
Vendo batera Mapex M-birch, novíssima, praticamente sem uso. Medidas: Caixa 14". Bumbo 22". Tons 8" , 10" , 12" (tons de 8" e 12" ainda embalados ). Surdo 14". Ferragens: Maq. Chimbal, 2 estantes de prato, estante de cx., pedal. banco Mapex.
Informações com Rafael: rafithius@gmail.com.
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Informações com Rafael: rafithius@gmail.com.
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sexta-feira, 17 de abril de 2009
Agenda
Programão pro feriadão
Pra quem vai ficar em São Paulo, o feriado promete grandes atrações musicais. Tome nota!
Sábado – 18 de abril
Orquestra Contemporânea de Olinda
Onde: Studio SP (R. Augusta, 591) tel. 3129-7040
Horário: A partir das 23h
Quanto: R$25 e R$20 (nome na lista studiosp@studiosp.org até as 18h)
Domingo – 19 de abril
Quaternaglia Guitar Quartet
Onde: Auditório Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 2) tel. 3629-1075
Horário: 19h
Quanto: Entrada franca (Retirar os ingressos antecipadamente na bilheteria do Auditório Ibirapuera)
Segunda – 20 de abril
Os Opalas
Onde: Teatro Mars (R. João Passalacqua, 80) tel. 3105-8950
Horário: A partir da meia-noite
Quanto: Homem - R$20 e mulher R$15 (H$15 / M$10 com nome na lista ou convite http://www.teatromars.com.br/)
Terça – 21 de abril
Lenine – Show do novo CD Labiata
Onde: Sesc Interlagos (Av. Manuel Alves Soares, 1100) tel: 5662-9500
Horário: 15h
Quanto: R$3 a R$6
Pra quem vai ficar em São Paulo, o feriado promete grandes atrações musicais. Tome nota!
Sábado – 18 de abril
Orquestra Contemporânea de Olinda
Onde: Studio SP (R. Augusta, 591) tel. 3129-7040
Horário: A partir das 23h
Quanto: R$25 e R$20 (nome na lista studiosp@studiosp.org até as 18h)
Domingo – 19 de abril
Quaternaglia Guitar Quartet
Onde: Auditório Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 2) tel. 3629-1075
Horário: 19h
Quanto: Entrada franca (Retirar os ingressos antecipadamente na bilheteria do Auditório Ibirapuera)
Segunda – 20 de abril
Os Opalas
Onde: Teatro Mars (R. João Passalacqua, 80) tel. 3105-8950
Horário: A partir da meia-noite
Quanto: Homem - R$20 e mulher R$15 (H$15 / M$10 com nome na lista ou convite http://www.teatromars.com.br/)
Terça – 21 de abril
Lenine – Show do novo CD Labiata
Onde: Sesc Interlagos (Av. Manuel Alves Soares, 1100) tel: 5662-9500
Horário: 15h
Quanto: R$3 a R$6
Marcadores:
Feriado Tiradentes,
Lenine,
Opalas,
Orquestra Contemporânea de Olinda,
Quaternaglia
segunda-feira, 30 de março de 2009
Vale a pena
Uma aula de música popular brasileira
O documentário recém-lançado Palavra [En]cantada, da diretora Helena Solberg, reúne alguns dos maiores nomes vivos da música brasileira contemporânea e gravações de grandes músicos que já nos deixaram, como Cartola, Chico Science e Tom Jobim. Quase uma aula – inclusive pelo ritmo um pouco didático – o filme discute a ligação entre música e poesia, ou a palavra cantada versus a palavra escrita.
Fazendo uso de valioso material de arquivo e entrevistas com figuras como Maria Bethania, Chico Buarque, Ferréz, Luiz Tatit e Tom Zé – para citar alguns, porque a lista é extensa e de peso –, a diretora levanta um ponto muito válido: a canção brasileira tem uma ligação ímpar com a produção literária. Bethania não vê muita distância entre as palavras, ela própria recita Fernando Pessoa, por exemplo, em suas apresentações. Lirinha, vocalista e compositor do Cordel do Fogo Encantado, conta sua iniciação no repente e a resistência que os tradicionais repentistas de Pernambuco têm à poesia não rimada, como a de João Cabral de Melo Neto que o músico introduziu em uma de suas músicas. Chico Buarque revela que não se considera poeta, para espanto de muitos. Zeca Baleiro conversa sobre poesia e música com Hilda Hilst, escritora que emprestou seu trabalho à criação de Baleiro. Esses são só alguns causos entre muitos, mas a discussão é longa e pertinente e o resultado vale uma ida ao cinema, ou à locadora.
O documentário recém-lançado Palavra [En]cantada, da diretora Helena Solberg, reúne alguns dos maiores nomes vivos da música brasileira contemporânea e gravações de grandes músicos que já nos deixaram, como Cartola, Chico Science e Tom Jobim. Quase uma aula – inclusive pelo ritmo um pouco didático – o filme discute a ligação entre música e poesia, ou a palavra cantada versus a palavra escrita.
Fazendo uso de valioso material de arquivo e entrevistas com figuras como Maria Bethania, Chico Buarque, Ferréz, Luiz Tatit e Tom Zé – para citar alguns, porque a lista é extensa e de peso –, a diretora levanta um ponto muito válido: a canção brasileira tem uma ligação ímpar com a produção literária. Bethania não vê muita distância entre as palavras, ela própria recita Fernando Pessoa, por exemplo, em suas apresentações. Lirinha, vocalista e compositor do Cordel do Fogo Encantado, conta sua iniciação no repente e a resistência que os tradicionais repentistas de Pernambuco têm à poesia não rimada, como a de João Cabral de Melo Neto que o músico introduziu em uma de suas músicas. Chico Buarque revela que não se considera poeta, para espanto de muitos. Zeca Baleiro conversa sobre poesia e música com Hilda Hilst, escritora que emprestou seu trabalho à criação de Baleiro. Esses são só alguns causos entre muitos, mas a discussão é longa e pertinente e o resultado vale uma ida ao cinema, ou à locadora.
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sexta-feira, 27 de março de 2009
Set list
Existem músicas que são lindas, belas, encantadoras. Mas existem músicas que são mais do que isso. São verdadeiras obras de arte. Como um quadro em um museu que deve ser apreciado por gerações e gerações. Não têm prazo de validade e refletem uma conexão total da inspiração do artista.
Como fazer listas está na moda... Segue a minha...
20 obras de arte que você não pode deixar de ouvir antes de viver (Nacional)
por Josie Moraes
Antonio Carlos Gomes – O Guarani
Caetano Veloso – Sampa
Paulinho da Viola – Dança da Solidão
Lenine (João Carlos/Junio Barreto) – Santana
Elis Regina (Belchior) – Como nossos pais
Chico Science e Nação Zumbi - Etnia
Chico Buarque – Deus lhe Page
Roberto Carlos – Todos estão surdos
Gabriel O Pensador (+ Itaal Shur; Tiago Mocotó – Até quando?
Titãs (Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto) – Comida
Antônio Nóbrega – Carrossel do Destino
João Donato – A Paz
Tom Zé - Teatro
Vange Milliet (+ Paulo Leminski) – Tudo a mil
Iara Rennó/ Alice Ruiz – Leve
Los Hermanos – Adeus você
Beto Brito – Desligue a TV
Antonio Carlos Jobim (+ Vinicius de Moraes) - A Felicidade
Geraldo Vandré – Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores
Gal Costa (Milton Nascimento/ Fernando Brant) – Canção da América
Qual é a sua lista?
Deixe um comentário e conte para gente!
Como fazer listas está na moda... Segue a minha...
20 obras de arte que você não pode deixar de ouvir antes de viver (Nacional)
por Josie Moraes
Antonio Carlos Gomes – O Guarani
Caetano Veloso – Sampa
Paulinho da Viola – Dança da Solidão
Lenine (João Carlos/Junio Barreto) – Santana
Elis Regina (Belchior) – Como nossos pais
Chico Science e Nação Zumbi - Etnia
Chico Buarque – Deus lhe Page
Roberto Carlos – Todos estão surdos
Gabriel O Pensador (+ Itaal Shur; Tiago Mocotó – Até quando?
Titãs (Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto) – Comida
Antônio Nóbrega – Carrossel do Destino
João Donato – A Paz
Tom Zé - Teatro
Vange Milliet (+ Paulo Leminski) – Tudo a mil
Iara Rennó/ Alice Ruiz – Leve
Los Hermanos – Adeus você
Beto Brito – Desligue a TV
Antonio Carlos Jobim (+ Vinicius de Moraes) - A Felicidade
Geraldo Vandré – Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores
Gal Costa (Milton Nascimento/ Fernando Brant) – Canção da América
Qual é a sua lista?
Deixe um comentário e conte para gente!
quarta-feira, 25 de março de 2009
Agenda
Programação democrática
Barbatuques - Indivíduo Corpo Coletivo
Quando: Temporada prorrogada até o dia 5 de abril, sábados às 21h e domingos às 20h
Onde: Teatro Santa Cruz. Rua Orobó, 277, Alto de Pinheiros, São Paulo-SP. tel.: (11) 3024-519
Quanto custa: R$ 40 (platéia), R$ 30 (platéia lateral) e R$ 20 (mezanino)
COMPRA DE INGRESSOS Na bilheteria: de terça a sexta, das 14h às 19h, sábados e domingos a partir das 14h. Por telefone: (11) 4003-1212 (seg a sex das 10h às 20h - sáb, dom e feriados das 12h às 18h). Site: www.ingressorapido.com.br
Necromancia
Quando: 18 de abril
Onde: Catedral Rock Bar, Rua Padre Manoel de Paiva, 56. Bairro Jardim, Santo André (SP), tel.(11) 4437-3555.
Mojito Experience - Depois do jogo Brasil X Equador
Quando: 29 de março de 2009, às 18h01
Onde: Rua Comandatuba, 26 - Vila Olimpia, São Paulo.
Quanto custa: R$ 10 (homem) ou R$7 (mulher)
Acesse: www.myspace.com/mojitoexperience
Barbatuques - Indivíduo Corpo Coletivo
Quando: Temporada prorrogada até o dia 5 de abril, sábados às 21h e domingos às 20h
Onde: Teatro Santa Cruz. Rua Orobó, 277, Alto de Pinheiros, São Paulo-SP. tel.: (11) 3024-519
Quanto custa: R$ 40 (platéia), R$ 30 (platéia lateral) e R$ 20 (mezanino)
COMPRA DE INGRESSOS Na bilheteria: de terça a sexta, das 14h às 19h, sábados e domingos a partir das 14h. Por telefone: (11) 4003-1212 (seg a sex das 10h às 20h - sáb, dom e feriados das 12h às 18h). Site: www.ingressorapido.com.br
Necromancia
Quando: 18 de abril
Onde: Catedral Rock Bar, Rua Padre Manoel de Paiva, 56. Bairro Jardim, Santo André (SP), tel.(11) 4437-3555.
Mojito Experience - Depois do jogo Brasil X Equador
Quando: 29 de março de 2009, às 18h01
Onde: Rua Comandatuba, 26 - Vila Olimpia, São Paulo.
Quanto custa: R$ 10 (homem) ou R$7 (mulher)
Acesse: www.myspace.com/mojitoexperience
terça-feira, 17 de março de 2009
Vale a pena_ Música e Cinema
Magia na trilha
por Josie Moraes
Profundo, leve, intenso. Sean Penn conseguiu misturar ingredientes essenciais para dirigir um filme de sucesso. Fotografia impecável, história real, roteiro inspirado e um jovem brilhante ator. O filme "Na Natureza Selvagem" (Into The Wild, 2007) é capaz de levar quem o assiste ao Alaska mais distante da liberdade infiltrado em cada um.
Além da atuação fantástica do ator Emile Hirsch (que também dá show em Milk), a trilha sonora criada por Eddie Vedder faz a música encontrar a imagem da forma mais simbiótica possível. As 11 músicas compostas por Vedder atribuem à trama uma dinâmica sólida e rica.
No álbum trilha do filme, fica provado que sofisticação está longe de ser sinônimo de uma boa construção musical. Com um violão e uma voz única (sem tantos efeitos desta vez) as melodias passeiam pela história do jovem que larga todas as convenções sociais para transgredir suas próprias limitações em busca da sua natureza selvagem. Brinde à entrega de corpo e alma de alguns artistas. Pura magia!
ASSISTA AO CLIPE DE GUARANTEED
por Josie Moraes
Profundo, leve, intenso. Sean Penn conseguiu misturar ingredientes essenciais para dirigir um filme de sucesso. Fotografia impecável, história real, roteiro inspirado e um jovem brilhante ator. O filme "Na Natureza Selvagem" (Into The Wild, 2007) é capaz de levar quem o assiste ao Alaska mais distante da liberdade infiltrado em cada um.
Além da atuação fantástica do ator Emile Hirsch (que também dá show em Milk), a trilha sonora criada por Eddie Vedder faz a música encontrar a imagem da forma mais simbiótica possível. As 11 músicas compostas por Vedder atribuem à trama uma dinâmica sólida e rica.
No álbum trilha do filme, fica provado que sofisticação está longe de ser sinônimo de uma boa construção musical. Com um violão e uma voz única (sem tantos efeitos desta vez) as melodias passeiam pela história do jovem que larga todas as convenções sociais para transgredir suas próprias limitações em busca da sua natureza selvagem. Brinde à entrega de corpo e alma de alguns artistas. Pura magia!
ASSISTA AO CLIPE DE GUARANTEED
segunda-feira, 9 de março de 2009
Pimentinha_Malu Magalhães
Que a onda leve Mallu
por Josie Moraes
Jovens histéricas gritavam pela Jovem Guarda na década de 60. O tropicalismo urgia na década de 70. Titãs e afins disputavam público com as pistas em 80. Axés e pagodes imperavam na mídia de massa nos anos 90. A partir dos anos 2000 muita hibridização.
2008: Eis que surge Mallu Magalhães para a moçada de Malhação e novo (novíssimo) target da MTV. Democracia sempre, claro. Franzina, estranha, menininha. Compõe em Inlgês. Não é péssima, mas boa está longe de ser. Acordes mal-feitos e voz desafinada. O que impressiona mesmo é o espaço que ganhou. Programas de tevê e destaques em jornais.
Se a música não é tão boa, pelo menos as idéias deveriam. Sem atitude e vivência, ela não é o retrato do que a moçada pensa. Sim, é preferível acreditar que os jovens brasileiros da idade dela pensam. Não dá para saber se ela faz apenas um tipo de esquisita, se falaram para ela que é legal dar entrevistas imbecis e que é sexy mexer no cabelo para passar o ar de desencanada.
O que não dá para entender é a música dela rolando nas rádios e a cara dela estampada na tevê. Interesses para mostrar uma personagem assim devem existir aos montes. Difícil é acreditar como é que pode alguém dar créditos à ela. Alguém que responde "sei lá" ao pensar num fato marcante de 2008. Triste é saber que tanta menina na idade dela está perdida por aí com um violão não mão, articulação no discurso, ideias bacanas na cabeça e nenhuma chance de aparecer. Agora resta esperar para ver quanto tempo dura. Seria mais agradável ligar a tevê e saber como está o caso Nardoni ou Eloá.
Veja o vídeo da menina no Altas Horas e tire suas próprias conclusões...
por Josie Moraes
Jovens histéricas gritavam pela Jovem Guarda na década de 60. O tropicalismo urgia na década de 70. Titãs e afins disputavam público com as pistas em 80. Axés e pagodes imperavam na mídia de massa nos anos 90. A partir dos anos 2000 muita hibridização.
2008: Eis que surge Mallu Magalhães para a moçada de Malhação e novo (novíssimo) target da MTV. Democracia sempre, claro. Franzina, estranha, menininha. Compõe em Inlgês. Não é péssima, mas boa está longe de ser. Acordes mal-feitos e voz desafinada. O que impressiona mesmo é o espaço que ganhou. Programas de tevê e destaques em jornais.
Se a música não é tão boa, pelo menos as idéias deveriam. Sem atitude e vivência, ela não é o retrato do que a moçada pensa. Sim, é preferível acreditar que os jovens brasileiros da idade dela pensam. Não dá para saber se ela faz apenas um tipo de esquisita, se falaram para ela que é legal dar entrevistas imbecis e que é sexy mexer no cabelo para passar o ar de desencanada.
O que não dá para entender é a música dela rolando nas rádios e a cara dela estampada na tevê. Interesses para mostrar uma personagem assim devem existir aos montes. Difícil é acreditar como é que pode alguém dar créditos à ela. Alguém que responde "sei lá" ao pensar num fato marcante de 2008. Triste é saber que tanta menina na idade dela está perdida por aí com um violão não mão, articulação no discurso, ideias bacanas na cabeça e nenhuma chance de aparecer. Agora resta esperar para ver quanto tempo dura. Seria mais agradável ligar a tevê e saber como está o caso Nardoni ou Eloá.
Veja o vídeo da menina no Altas Horas e tire suas próprias conclusões...
quarta-feira, 4 de março de 2009
Vale a pena
Agradável surpresa
por Victoria Vajda
A cantora paulista Mariana Aydar não é uma figura nova da boa safra de vocais femininos dos últimos anos. Seu CD de lançamento, Kavita 1 – poeta em sânscrito – de 2006, mostra todo o talento da voz ao mesmo tempo doce e forte, em músicas bem produzidas e arranjadas por BId e Aduani, referências da produção musical brasileira.
Ontem, em show no Bourbon Street, em São Paulo, Mariana estava luminosa. A presença de palco da intérprete surpreende. Um show vibrante, dançante e animado, em grande parte, mas com momentos mais densos como na canção de Marcelo Camelo, Deixa o verão pra mais tarde.
Se quiser conferir de perto, Mariana se apresenta novamente na capital paulista, no próximo domingo, 8 de março. No evento gratuito, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, ela recebe as cantoras Luisa Maita, Márcia Castro e Giana Viscardi. Participam também Andréia Dias, Sílvia Machette e Izzy Gordon.
SERVIÇO:
Show: Bourbon Street apresenta "Para elas por elas"
Dia: 8 de março
Local: Parque Ibirapuera, SP
Início: 11h
Entrada franca
por Victoria Vajda
A cantora paulista Mariana Aydar não é uma figura nova da boa safra de vocais femininos dos últimos anos. Seu CD de lançamento, Kavita 1 – poeta em sânscrito – de 2006, mostra todo o talento da voz ao mesmo tempo doce e forte, em músicas bem produzidas e arranjadas por BId e Aduani, referências da produção musical brasileira.
Ontem, em show no Bourbon Street, em São Paulo, Mariana estava luminosa. A presença de palco da intérprete surpreende. Um show vibrante, dançante e animado, em grande parte, mas com momentos mais densos como na canção de Marcelo Camelo, Deixa o verão pra mais tarde.
Se quiser conferir de perto, Mariana se apresenta novamente na capital paulista, no próximo domingo, 8 de março. No evento gratuito, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, ela recebe as cantoras Luisa Maita, Márcia Castro e Giana Viscardi. Participam também Andréia Dias, Sílvia Machette e Izzy Gordon.
SERVIÇO:
Show: Bourbon Street apresenta "Para elas por elas"
Dia: 8 de março
Local: Parque Ibirapuera, SP
Início: 11h
Entrada franca
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Para ver e ouvir
Por Josie Moraes
O cinema nacional acordou para a música. Tava na hora. Nossa terra adorada tem mesmo uma riqueza imensa de músicos-personagens cujas histórias são sucessos de bilheteria.
O novo DVD de Marisa Monte tem um documentário de turnê à altura do impressionante "Universo ao meu redor". Com aquela voz doce peculiar, Marisa conta mais sobre a indústria fonográfica e bastidores de sua carreira. Na verdade, o roteiro permite um passeio nos pensamentos da cabeça lúcida e profissional da reconhecida cantora brasileira. O documentário tem a proposta de mostrar que vida de músico é doce, mas não é mole não. É encantador para o fã ver a Marisa lavando o figurino na banheira do hotel. Assustador ver a quantidade de jornalistas fazendo as mesmas perguntas. É gostoso ver a seriedade dela diante dos shows. Uma artista, porém um trabalho.
Já "Fabricando Tom Zé" não é tão profundo e mostra bastidores da fase recente do cantor com depoimentos que contam um pouco mais sua história. Brilhante a iniciativa de quem fez acontecer, porque todo mundo já sabia que o Tom Zé é uma figura extremamente interessante em tudo que fala. Bastava ligar a câmera. Quem acompanha mais intensamente a carreira cantor, pode sentir falta de alguns elementos na apresentação da história. A fase de ostracismo ganha conclusões de Gil, Caetano e David Byrne. Mas a cena do surto Tom Zé em uma passagem de som em Montreaux (Suíça) vale mais do que qualquer outra para entender quem é Tom Zé e qual é o verdadeiro espírito da vanguarda e face da experimentação. Gênio sim, como tantos outros por aí.
O longa "Titãs – A vida até parece uma festa" revoluciona a linguagem de documentários. Vantagem de quem tinha uma câmera na mão e muitas ideias nos violões em outras décadas. Com ou sem linguagem inovadora, é muito bom poder ver música. Faltava. Assim como ainda falta biografias de brasileiros ilustres, um problema sério de ausência de registro documental para a posteridade. O mais importante é fazer não só para o fã de um personagem, mas sim para o brasileiro. É fazer o público de fato ver música. Enxergar o músico e, por trás dele, o Brasil.
Veja Marisa Monte falando sobre o DVD "Universo ao meu Redor"
Por Josie Moraes
O cinema nacional acordou para a música. Tava na hora. Nossa terra adorada tem mesmo uma riqueza imensa de músicos-personagens cujas histórias são sucessos de bilheteria.
O novo DVD de Marisa Monte tem um documentário de turnê à altura do impressionante "Universo ao meu redor". Com aquela voz doce peculiar, Marisa conta mais sobre a indústria fonográfica e bastidores de sua carreira. Na verdade, o roteiro permite um passeio nos pensamentos da cabeça lúcida e profissional da reconhecida cantora brasileira. O documentário tem a proposta de mostrar que vida de músico é doce, mas não é mole não. É encantador para o fã ver a Marisa lavando o figurino na banheira do hotel. Assustador ver a quantidade de jornalistas fazendo as mesmas perguntas. É gostoso ver a seriedade dela diante dos shows. Uma artista, porém um trabalho.
Já "Fabricando Tom Zé" não é tão profundo e mostra bastidores da fase recente do cantor com depoimentos que contam um pouco mais sua história. Brilhante a iniciativa de quem fez acontecer, porque todo mundo já sabia que o Tom Zé é uma figura extremamente interessante em tudo que fala. Bastava ligar a câmera. Quem acompanha mais intensamente a carreira cantor, pode sentir falta de alguns elementos na apresentação da história. A fase de ostracismo ganha conclusões de Gil, Caetano e David Byrne. Mas a cena do surto Tom Zé em uma passagem de som em Montreaux (Suíça) vale mais do que qualquer outra para entender quem é Tom Zé e qual é o verdadeiro espírito da vanguarda e face da experimentação. Gênio sim, como tantos outros por aí.
O longa "Titãs – A vida até parece uma festa" revoluciona a linguagem de documentários. Vantagem de quem tinha uma câmera na mão e muitas ideias nos violões em outras décadas. Com ou sem linguagem inovadora, é muito bom poder ver música. Faltava. Assim como ainda falta biografias de brasileiros ilustres, um problema sério de ausência de registro documental para a posteridade. O mais importante é fazer não só para o fã de um personagem, mas sim para o brasileiro. É fazer o público de fato ver música. Enxergar o músico e, por trás dele, o Brasil.
Veja Marisa Monte falando sobre o DVD "Universo ao meu Redor"
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Inédito
Um satélite na cabeça
Texto e fotos por Josie Moraes
No ano passado passei uns dias em Recife e Olinda colhendo material sobre o Carnaval de lá. Ia sair uma matéria de capa na RAIZ, mas no País da Ivete Sangalo, revista de cultura popular de raiz não fica em pé. Conversei com muita gente e respirei a preparação do Carnaval em Recife e Olinda semanas antes do evento.
Figuras muito especiais me receberam por lá. Aprendi que carnaval não é sexo, nem cerveja, nem bunda, nem peito, nem Globeleza. Carnaval é a nossa cultura ou um ritual anual de celebração das manifestações culturais de um País. Como a matéria é grande demais eu deixo aqui trechos dela:
“Desde os festejos africanos, coroações de Congos e de toda origem do Carnaval, as ruas de Olinda mudam de aspecto. Talvez fascinem tanto olhares estrangeiros por apresentarem diversos carnavais em um só. É quase impossível tirar um cochilo num domingo à tarde, pois são tantas as orquestras, batucadas, zabumbas, ganzás, trompetes, pandeiros, misturadas que a cidade vira um imenso pólo de ritmos. Quem pensa que só vai encontrar o frevo, se engana. Forró, maracatu de baque solto e baque virado, coco, ciranda, afoxé, maxixe, cabloco, pastoril. Tudo ao alcance de uma esquina, numa dobrada de ladeira, num espaço cultural, na casa de mestres, na rua. Acessível e barato (...)"
“Festa maior que não se restringe apenas as duas cidades (Recife e Olinda), em todos os bairros em cada comunidade, turistas e o povo local se misturam e celebram uma fase quase mística em que, segundo Ranício Galvão da Ceroula de Olinda, até as folhas de palmeiras imperiais balançam de maneira diferente, mesmo sem vento (...)"
"Recentemente, o clube Homem da Meia Noite recebeu o prêmio de Patrimônio Vivo de Pernambuco e por isso recebe 1.500 reais mensais, uma verba importante que ajuda a manter o trabalho que ultrapassa o limite de um Carnaval de apenas cinco dias. “Quando chega uma pessoa aqui falando de dinheiro, parece formigueiro. Só que eu acho que as pessoas deveriam estar envolvidas com a questão sócio-cultural, deveriam ter bons valores”, diz Luiz Adolpho Alves e Silva, presidente do Homem da Meia Noite (...)"
"Na Capital, a descentralização – Um cartão postal de uma cidade que mistura a arquitetura e encanto de outras cidades numa só. Correria de São Paulo, calor de Salvador, arquitetura de Veneza, beleza de um Rio de Janeiro. Com o lema de Carnaval multicultural, espalha arte por diversos cantos. O folião também não paga nada para se divertir e ainda escolhe no cardápio o que o apetite do dia pede. A efervescência está mais borbulhante do que nunca, com infra-estrutura de cidade grande recebe muita gente que brinca nas duas cidades, de manhã em Olinda e a noite em Recife. Em 2008, foram 540 mil turistas recebidos pela cidade, movimentando mais de 200 milhões de reais.
Mas descentralizando é que se pode centralizar. Para administrar tanta diversidade de atrações a Prefeitura resolveu criar um esquema de pólos centrais e pólos descentralizados. “Temos uma estética de Carnaval desde 2001, nosso objetivo era organizar e melhorar o que estava caído, o folião ressurgiu. Quando o prefeito João Paulo chegou a gente tinha três milhões de reais de verba para o Carnaval. Em 2008 a verba foi de 30,7 milhões de reais. Cultura é prioridade na gestão pública”, afirma Fernando Duarte Fonseca, presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife. (...)".
BOM CARNAVAL, BRASILEIROS!
Leia minha matéria sobre Homem da Meia Noite - Revista RAIZ
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Vale a pena_resenha
Existe vida pós-acústico
Por Josie Moraes, fotos de divulgação
Muitos acústicos marcaram o fim de bandas ou o começo de uma fase sem inovação. Nirvana, Cidade Negra (cadê?) e até Sandy & Júnior são exemplos. O novo álbum do Lenine, Labiata (Universal), quebra o mau presságio.
Mais do que isso. É uma prova de que fonte boa não seca. Trata-se de um álbum que mistura um pouco do belíssimo Falange Canibal com um pouco da fase mais madura e pé no freio de InCité. É um passeio na quebradeira característica do violão leniniano com a mistura de guitarras distorcidas, vioncelo, violino, surdo, piano safado, cavaquinho, reco-reco, zabumba, trompete e trombone. O álbum inteiro é belo, intenso, hibridizado.
Nas letras o lirismo aguçado de um observador de situações. Capaz de fazer um jogo de palavras como um pintor, cada pincelada se integra com o contexto. Em “É o que me interessa”, frases se completam numa poesia pura. Profundo. “A lógica do vento, o caos do pensamento, a paz na solidão. A órbita do tempo, a pausa do retrato. A voz da intuição. A curva do universo. A fórmula do acaso”. Uma balada mais bonita do que a aclamada Paciência.
A primeira faixa “Martelo Bigorna” faz parte da trilha da novela global Caminho das Índias. Não é a primeira vez isso acontece. O que é bom alcança o povo. Que seja uma porta de entrada para o resto do trabalho. Cada elemento tem significado em uma obra de arte de verdade. Em entrevista, Lenine disse que Labiata é uma flor resistente, assim como a música brasileira. Eternidade para ele.
Site oficial
Ouça na rádio UOL
Por Josie Moraes, fotos de divulgação
Muitos acústicos marcaram o fim de bandas ou o começo de uma fase sem inovação. Nirvana, Cidade Negra (cadê?) e até Sandy & Júnior são exemplos. O novo álbum do Lenine, Labiata (Universal), quebra o mau presságio.
Mais do que isso. É uma prova de que fonte boa não seca. Trata-se de um álbum que mistura um pouco do belíssimo Falange Canibal com um pouco da fase mais madura e pé no freio de InCité. É um passeio na quebradeira característica do violão leniniano com a mistura de guitarras distorcidas, vioncelo, violino, surdo, piano safado, cavaquinho, reco-reco, zabumba, trompete e trombone. O álbum inteiro é belo, intenso, hibridizado.
Nas letras o lirismo aguçado de um observador de situações. Capaz de fazer um jogo de palavras como um pintor, cada pincelada se integra com o contexto. Em “É o que me interessa”, frases se completam numa poesia pura. Profundo. “A lógica do vento, o caos do pensamento, a paz na solidão. A órbita do tempo, a pausa do retrato. A voz da intuição. A curva do universo. A fórmula do acaso”. Uma balada mais bonita do que a aclamada Paciência.
A primeira faixa “Martelo Bigorna” faz parte da trilha da novela global Caminho das Índias. Não é a primeira vez isso acontece. O que é bom alcança o povo. Que seja uma porta de entrada para o resto do trabalho. Cada elemento tem significado em uma obra de arte de verdade. Em entrevista, Lenine disse que Labiata é uma flor resistente, assim como a música brasileira. Eternidade para ele.
Agenda!
- 22.02: Carnaval: Marco Zero - Recife, PE e Pau D'alho - Paudalho, PE
- 23.02: Pólo Várzea - Recife, PE
- 24.02: Vitória de Santo Antão, PE
- 13.03: Chevrolet Hall - Belo Horizonte, MG
- 14.03: Circo Voador - Rio de Janeiro, RJ
- Depois segue para turnê na Europa.
Site oficial
Ouça na rádio UOL
A volta
Salve Salve!
O música para blog está de volta! Agora também com assinatura da jornalista Victoria Vajda, a co-autora do livro "Música para...".
Matérias, textos, críticas, vídeos (muito vídeos)... Muitas novidades ainda vão rolar!
Tudo para quem gosta de ver, ouvir e ler música!
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segunda-feira, 30 de junho de 2008
Cobertura_Show Mojito Experience
Fora da garagem
texto: Josie Moraes
foto: Martin Managau
A formação de uma banda tem mais a dizer do que se pensa, desde as experiências pessoais de cada músico até a postura diante do público. No show de 28 e junho, no Viva São Paulo, a banda paulistana Mojito Experience mostrou uma sintonia possível apenas para quem ensaia de verdade. Seja na garagem ou num estúdio bam-bam-bam, ensaiar ainda é a melhor maneira de praticar a música de forma coletiva.
No palco mostraram nitidamente a vontade que estavam de tocar depois de dois anos. Como qualquer estréia (ou reestréia), a adrenalina inicial foi tão visível quanto o processo de se sentir a vontade nos minutos seguintes. Sem CD gravado, Mojito Experience reúne criatividade. De um lado, Gralha, um guitarrista que cria riffs capazes de levantar qualquer melodia. De outro, Dinho, o baixista que se mantém firme e forte na harmonia. Na bateria, Gui, que ora ataca suavemente ora sabe fazer crescer a dinâmica. Destaque para as letras pra lá de inteligentes e energia de Alê Viana, que além de tocar um violão numa quebradeira filha de Lenine, tem uma voz afinada que encaixa perfeitamente no contexto.
O público reagiu positivamente, ainda tentando entender a proposta do som que é chamado de experimental, mas está mais para hibridizado. Vale lembrar que mostrar repertório próprio em balada é desafio grande nos dias de hoje. "Por mim tá tudo bem" é uma das músicas com mais personalidade, que deveria abrir o show, mas finalizou. "Tô com sono" é uma viagem sem volta que mais reflete a inquietude das mentes dos quatro jovens rapazes criativos. "Horário Eleitoral" deveria ser (ou será) hino nacional na boca da moçada. Para apimentar, eles optaram por felizes covers (Salve Chico Science), mas sem perder o foco da apresentação.
Na garagem, ou melhor, no quarto da casa do baterista Gui, experimentaram tanto que ganharam mais do que boas composições. Ganharam sintonia e integração suficientes para serem percebidas nos palcos. Algo que muita banda por aí perde na primeira turnê.
Ouça agora: http://www.tramavirtual.com.br/artista/mojito
texto: Josie Moraes
foto: Martin Managau
A formação de uma banda tem mais a dizer do que se pensa, desde as experiências pessoais de cada músico até a postura diante do público. No show de 28 e junho, no Viva São Paulo, a banda paulistana Mojito Experience mostrou uma sintonia possível apenas para quem ensaia de verdade. Seja na garagem ou num estúdio bam-bam-bam, ensaiar ainda é a melhor maneira de praticar a música de forma coletiva.
No palco mostraram nitidamente a vontade que estavam de tocar depois de dois anos. Como qualquer estréia (ou reestréia), a adrenalina inicial foi tão visível quanto o processo de se sentir a vontade nos minutos seguintes. Sem CD gravado, Mojito Experience reúne criatividade. De um lado, Gralha, um guitarrista que cria riffs capazes de levantar qualquer melodia. De outro, Dinho, o baixista que se mantém firme e forte na harmonia. Na bateria, Gui, que ora ataca suavemente ora sabe fazer crescer a dinâmica. Destaque para as letras pra lá de inteligentes e energia de Alê Viana, que além de tocar um violão numa quebradeira filha de Lenine, tem uma voz afinada que encaixa perfeitamente no contexto.
O público reagiu positivamente, ainda tentando entender a proposta do som que é chamado de experimental, mas está mais para hibridizado. Vale lembrar que mostrar repertório próprio em balada é desafio grande nos dias de hoje. "Por mim tá tudo bem" é uma das músicas com mais personalidade, que deveria abrir o show, mas finalizou. "Tô com sono" é uma viagem sem volta que mais reflete a inquietude das mentes dos quatro jovens rapazes criativos. "Horário Eleitoral" deveria ser (ou será) hino nacional na boca da moçada. Para apimentar, eles optaram por felizes covers (Salve Chico Science), mas sem perder o foco da apresentação.
Na garagem, ou melhor, no quarto da casa do baterista Gui, experimentaram tanto que ganharam mais do que boas composições. Ganharam sintonia e integração suficientes para serem percebidas nos palcos. Algo que muita banda por aí perde na primeira turnê.
Ouça agora: http://www.tramavirtual.com.br/artista/mojito
terça-feira, 24 de junho de 2008
Crítica_O.C.O
Orquestra Contemporânea de Olinda
texto e fotos por Josie Moraes
Muito tem se falado da cultura pernambucana para o resto do Brasil nos últimos três anos. Um assunto agendado que tem trazido a São Paulo apresentações de artistas populares, principalmente da cena musical, antes não acessíveis sem alguma pesquisa mais aprofundada. A Orquestra Contemporânea de Olinda proporciona curiosidade já pelo nome. Ao batizar a banda de orquestra, remete ao agrupamento instrumental utilizado na música erudita. Com o conceito do contemporâneo revela uma quebra de antigos valores demonstrando uma preocupação com o novo, novas formas, com o pós- moderno. Ao juntar-se com o nome da cidade dá dicas e já indica traços da espécie de cultura popular que pode ser encontrada.
Muito além de uma banda que pega carona no manguebeat como herança de Chico Science, acaba refletindo na questão do popular que bebe na fonte do erudito. Uma orquestra pelo tamanho - conta com 12 músicos - e por também ter um pé na música erudita como influência de metais. Em linhas de origem cronológica - algo difícil de mensurar quando se trata de música - o próprio frevo, ritmo associado a Pernambuco, tem descendência da polca-marcha, executada pelos militares na virada do século XIX. Um ritmo reconhecido por guarda-chuvas coloridos cuja origem está atrelada a um universo erudito com forte influência de capoeira, dobrado e maxixe, ainda, segundo alguns estudiosos, de brincadeiras de cortejos portugueses.
Na obra de Orquestra Contemporânea de Olinda, o frevo funciona apenas como pano de fundo e não como elemento principal da banda até mesmo para fugir de um lugar comum. De qualquer forma, algumas músicas, principalmente as instrumentais apresentadas em shows, fazem lembrar o frevo de "tempo binário em andamento rapidíssimo", definido por Mario de Andrade. Os arranjos transmitem mais os elementos do coco, baião, forró, samba e não negam o jazz, batidas afrobeat e um certo suíngue de ska e reggae jamaicano. No palco, o conjunto de metais - trompete, sax alto, trombone e tuba - tem permissão para improvisações em escalas de jazz. Os riffs de guitarra com distorção e frases de baixo "funkeados" fazem sentido na construção da harmonia, como parte integrante dos climas criados para dar ênfase à melodia. As letras das composições com temáticas simples refletem um cenário nordestino urbano de pernambucanos apaixonado pela própria cultura em fases como "bandeira com estrela é sorte" e "toda parte que é forte representa o Norte" de "Joga do Peito". Expressões típicas e a oralidade popular são preservadas e fazem parte da métrica sem tornar em um linguajar incompreendido. Em "Tá falado", faixa que abre o CD, a interferência sem excessos de um DJ deve cair bem aos ouvidos do público jovem, apenas como um tempero que combina com o sotaque de tradicional do vocalista. Destaque também para a participação da cantora revelação Issar de França que lembra mais o estilo de coquistas.
Dos 12 músicos, seis são integrantes do olindense Grêmio Musical Henrique Dias. Tem sob comando dos arranjos de metais o maestro Ivan do Espírito Santo, que aprendeu a tocar na agremiação e é apreciador de música clássica. Cada músico é um personagem de papel importante na construção do primeiro CD, assim como nas apresentações ao vivo em que se vestem de roupa tão colorida quanto às pinturas das casas de Olinda na ladeira do Amparo. Maciel Salú empresta às músicas o sotaque e a interpretação simplista das letras e ainda toca rabeca nos shows, como bom filho de Mestre Salustiano. O cantor e compositor Tiné dá um ar de frescor com uma voz suave e exploração de graves e agudos. Gilú, na percussão, é afrobeat puro, um menino que brinca de tocar, com prazer nítido nos olhos fechados sob a luz dos holofotes.
Cada vez mais, as manifestações culturais de Pernambuco penetram a mídia e entram na cabeça de antigas e novas gerações. Algumas atuam com proposta de se tornarem conhecidas em um caráter regionalista, promovendo até um efeito de salvaguarda. Outras se destacam justamente por fundir inspirações tradicionalistas com melodias modernas sem criar a atmosfera da imposição de uma cultura de massa, imposição essa tão criticada por Tinhorão. Ela é porque é, sem pretensão de ser. É da mistura que nasce à hibridização, consciente ou inconsciente. Consciente quando é fabricada para a repercussão da discussão do contemporâneo cheio de raízes e, inconsciente, quando funciona como parte de um processo natural e espontâneo de criação do músico e suas influências.Talvez por isso, se destaque tanto os músicos pernambucanos. Da antítese do urbano e rural, do espírito de contraste ex-colonizado afro-brasileiro presente nas 19 micro-regiões tão próximas de Pernambuco. Colhem-se frutos inevitáveis dos que nasceram em meio a toda aquele caldeirão de ritmos.
Ouça agora: http://www.myspace.com/orquestracontemporaneadeolinda
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